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Publicação: 12/04/2016   Comentários: ()   Categoria: Últimas Notícias - Visitas: 2033
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Codesp registra prejuízo de R$ 94 milhões em 2015

A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), estatal que administra o Porto de Santos, fechou o ano passado com um prejuízo de R$ 94,92 milhões. A queda foi de mais de R$ 116 milhões ante o resultado de 2014, quando a Autoridade Portuária contabilizou um lucro de R$ 21,66 milhões.
Os dados foram divulgados pela Codesp em seu balanço anual, publicado na última quarta-feira (6). Nele, ainda está descrito o aumento de receita, que passou de R$ 744,05 milhões, em 2014, para R$ 810,7 milhões, no ano passado.
O prejuízo surge em um ano em que a movimentação de cargas cresceu 7,9% em relação ao exercício anterior, atingindo a marca de 116 milhões de toneladas. Além disso, houve um reajuste de 31,7% nas tarifas portuárias, que seguem diretamente para os cofres da Docas.
De acordo com a companhia, o déficit apresentado no ano passado decorreu, principalmente, de uma operação para sanar o déficit do Portus, o fundo de pensão dos trabalhadores da companhia. Para reduzir o rombo no instituto de seguridade social, o Governo Federal fez um aporte de R$ 103 milhões. O montante entrou nos cofres da estatal como crédito, não como receita. E na hora de ser repassado, foi caracterizado como despesa. “O referido valor integrou o resultado do exercício no reconhecimento do passivo com o Portus, onerando a despesa do exercício nesse montante”, explicou a Docas, através de sua assessoria de imprensa.
Esta operação impactou no aumento do item Outras Despesas do balanço financeiro, que passou de R$ 136,46 milhões, em 2014, para R$ 218,22 milhões, no ano passado.
No levantamento contábil, as despesas administrativas saltaram de R$ 167,27 milhões para R$ 196,06 milhões. Em nota, a empresa informou que esse aumento se refere a reclassificações entre grupos de despesa, entre as quais o item Provisão para Riscos Cíveis – que reúne as reservas feitas considerando possíveis despesas com ações cíveis tramitando na Justiça e que podem ter resultados desfavoráveis à empresa. Como há a possibilidade de a Docas ser condenada, foi feita uma reserva de R$ 52,4 milhões para o pagamento destas despesas.
No relatório contábil da Autoridade Portuária também está descrita, como Serviços de Terceiros, a viabilização das obras de dragagem de manutenção do Porto de Santos. Em 2015, foram investidos R$ 60,9 milhões no serviço, com o objetivo de garantir o acesso de embarcações aos terminais instalados no cais santista.
A Docas garante que, como o crédito para o pagamento de despesas do Portus não é recorrente, é razoável supor que os próximos resultados financeiros sejam melhores.
Este cenário deve ser concretizado caso sejam mantidas as condições de tarifa e movimentação de cargas, como a estatal indica em seu balanço. “Estamos prevendo para 2016 uma movimentação de cargas em torno de 119,6 milhões de toneladas, mantendo-se o mesmo nível de 2015, tendo em vista as perspectivas dos mercados internacional e nacional. Com isso, projeta-se uma Receita Tarifária de R$ 575,6 milhões. No que se refere à Receita Patrimonial, estimamos uma variação de reajuste anual de 5% (IGP-M) nos contratos vigentes”, destacou a empresa em seu relatório financeiro.
Para o economista e professor da Universidade Santa Cecília (Unisanta) Hélio Hallite, na análise do resultado financeiro da Codesp, há um fato que merece atenção. Trata-se do aumento das despesas com o pagamento de funcionários.
“Em 2011, as despesas com folha eram 20,5% do total. Em 2015, chegaram a 34,9%. É um percentual bastante alto e, para a companhia, a longo prazo, isto poderá ser um problema para investir em infraestrutura porque vai depender fundamentalmente da União e corre-se o risco de não conseguir os reparos necessários”, destacou o professor.
Hallite também aponta um “sinal amarelo” no fato de que os recursos obtidos com os leilões de arrendamentos de áreas do Porto de Santos sejam repassados ao Tesouro Nacional e não aos cofres da Codesp. Em dezembro, três terminais foram leiloados e a soma das outorgas chegou a R$ 430 milhões, mas nem um centavo entrou como receita da Autoridade Portuária. “Esse é um reflexo da Lei nº 12.815 (a atual Lei dos Portos) e gera preocupação com a capacidade de investimentos da Companhia Docas”, destacou o professor universitário.
Fonte: A Tribuna online

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