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Publicação: 15/12/2016   Comentários: ()   Categoria: Últimas Notícias - Visitas: 1999
Notícia

Status das obras de expansão do Metrô e da CPTM

Antes que a crise financeira e política se abatesse sobre o Brasil e os efeitos da operação Lava Jato no setor de construção civil estivessem sendo sentidos, os planos de expansão da rede metroferroviária da Grande São Paulo eram ousados em que pese o atraso constante nas previsões de entrega. O governador Geraldo Alckmin disse em várias oportunidades que existiam nove linhas em construção simultânea.

 

Hoje a situação é bem diferente, mas não para melhor. Sem recursos e com vários problemas em quase todas as frentes de trabalho, há menos linhas em obras e entregas bastante atrasadas. Algumas delas, inclusive, talvez nem fiquem prontas nesta década, postergando um alívio para os passageiros e mantendo alto o custo de mobilidade para a região.

 

Para acompanhar a evolução desses nove projetos, o blog manterá esse post atualizado mensalmente com o status de cada linha bem como um indicador sobre o andamento das obras. Confira:

 

Linha 2-Verde


Projeto: expansão no sentido leste, com 14,5 km de extensão entre Vila Prudente e a cidade de Guarulhos, com 13 estações.
 Status: sem previsão.

 

A extensão da Linha 2 é um dos mais importantes projetos de expansão do Metrô por permitir um certo reequilíbrio nos deslocamentos. Além de ligar parte de Guarulhos com a malha férrea, a Linha 2 terá a função de dividir o fluxo de passageiros do eixo Leste onde hoje a Linha 3 e a Linha 11 sofrem para levar milhões de passageiros.

 

Em outubro, a obra seguia indefinida após o governo do estado suspender o início dos trabalhos por falta de recursos até dezembro de 2016. No entanto, as perspectivas não são nada otimistas. Ainda sem dinheiro para tocá-la (o único financiamento aprovado foi usado na Linha 5), a extensão ainda pode ter problemas porque parte dos consórcios vencedores está envolvida na operação Lava Jato e tem dificuldades em obter crédito no mercado.

 

Linha 4-Amarela


Projeto: entrega da fase 2 da Linha, compreendendo mais quatro estações e ampliação do pátio.
 Status: em andamento

 

Depois de passar anos sendo tocada de forma lenta e mais um ano em processo de relicitação, a segunda fase da Linha 4-Amarela voltou a ser construída em agosto. O novo consórcio já aumentou bastante o volume de trabalhos e prevê entregar as duas primeiras estações (Higienópolis-Mackenzie e Oscar Freire) no final de 2017.

 

Linha 5-Lilás


Projeto: expansão entre Adolfo Pinheiro e Chácara Klabin, com pouco mais de 10 km de extensão.
 Status: em andamento

 

É a maior obra ferroviária em São Paulo atualmente e a que mais deve causar efeitos benéficos na cidade. Atrasada, a expansão deve entregar as primeiras três estações em meados de 2017, isso se o sistema CBTC, de controle de trens, entrar em operação. Ele havia sido prometido para setembro, mas segue sem previsão. Sem ele, os novos trens da Frota P, fundamentais para ser possível ampliar o percurso, não podem operar. O restante da linha segue em construção, incluindo as vias que devem ficar prontas em fevereiro para início da instalação dos trilhos e sistemas. A entrega final deve ocorrer em 2018.

 

Linha 6-Laranja


Projeto: nova linha subterrânea ligando a região da Brasilândia a estação São Joaquim, com 15,3 km de extensão e 15 estações
 Status: parada

 

É, sem dúvida, o maior ‘abacaxi’ do governo do estado. Vendida como solução para acelerar a expansão do metrô, a PPP da Linha 6-Laranja acabou tornando-se um grande problema. Não só não acelerou as obras, que ficaram em banho maria enquanto eram resolvidos os casos de desapropriação como o consórcio vencedor, o Move São Paulo, não obteve financiamento do BNDES por ter entre seus sócios empresas investigadas na Lava Jato, incluindo a Odebrecht. Sem dinheiro, a Move São Paulo interrompeu a obra em 5 de setembro. Hoje, já se cogita repassar a concessão para outro ente privado.

 

Linha 9-Esmeralda


Projeto: extensão entre Grajaú e Varginha.
 Status: em andamento parcial

 

A mais simples das obras do governo do estado, a expansão da Linha Esmeralda até Varginha, incluindo a futura estação Mendes, é mais um caso de gestão atrapalhada. Sem grandes desapropriações, com a via já existente, a obra segue em ritmo lento, para prejuízo de milhares de pessoas. O problema nesse caso foi contar com uma verba do governo federal que não chegou, entre outro motivos, porque o tipo de licitação feito pela CPTM não ser permitido pelo governo federal.

Em outubro, o governo do estado anunciou que está encerrando os dois lotes atuais para relicitar o restante da obra nos moldes requisitados pela União com intuito de liberar a verba congelada. A promessa é que a linha seja entregue em 2018.

 

Linha 13-Jade


Projeto: nova linha da CPTM que ligará o aeroporto de Guarulhos à Linha 12-Safira.
 Status: em andamento

 

A primeira nova linha construída e operada pela CPTM está num ritmo adequado de obras. As três estações previstas já estão próximas do fim das obras civis e a estação Engenheiro Goulart está sendo preparada para reabrir parcialmente no primeiro semestre do ano que vem para voltar a atender a Linha 12. Ainda falta divulgar o vencedor da licitação dos oito trens que atenderão o ramal e que contarão com alguns diferenciais como bagageiro para os usuários provindos do terminal aéreo, mas o gargalo da obra é um viaduto estaiado sobre a rodovia Ayrton Senna que está apenas no início da construção. É provável que a linha fique pronta em 2018, aguardando a conclusão do viaduto para iniciar operação.

 

Linha 15-Prata


Projeto: extensão entre Oratório e São Mateus, com oito estações e 13 km de vias.
 Status: em andamento

 

As obras do monotrilho da Zona Leste estão em ritmo acelerado após um período em que foi preciso desviar um córrego que passava embaixo das futuras fundações de três estações. O problema da linha, no entanto, é que as estações tem de ser inauguradas em ordem porque é praticamente impossível operar com uma delas em obras no caminho. Talvez isso possa ocorrer apenas quando as mais atrasadas estejam no acabamento, mas isso só em 2018. Ironia do destino, a estação mais atrasada é São Lucas, justamente a primeira após Oratório.

 

Linha 17-Ouro


Projeto: nova linha de monotrilho cuja primeira fase ligará o aeroporto às linhas 5-Lilás e 9-Esmeralda.
 Status: em andamento parcial

 

O monotrilho da Zona Sul é, sem dúvida, um exemplo claro de projeto mal planejado e executado. Seu percurso passa por áreas complicadas, incluindo córregos, áreas ocupadas por habitações provisórias, cemitério e avenidas que ainda não saíram do papel, além de um trecho beirando o rio Pinheiros e de difícil execução. Não fosse apenas isso, foi licitado sem que os projetos estivessem prontos, mas quis aproveitar as verbas destinada às obras de mobilidade da Copa do Mundo de 2014, sem sucesso.

 

Seguiu em frente, porém, em vez de priorizar a construção do pátio, uma obra complexa sobre um piscinão, o governo optou por iniciar a construção das vias primeiro. No meio do caminho, detectou que a futura estação Morumbi, conjugada a homônina da Linha 9, seria insuficiente para dar conta da demanda e a retirou do escopo da obra, enquanto projeta uma nova e maior estação.

 

Tudo corria bem, apesar disso, mas em junho de 2014 um acidente com uma das vigas-trilho matou um funcionário da obra e fez com que o Ministério do Trabalho proibisse os lançamentos. De lá para cá, o consórcio formado pelas construtoras Andrade Gutierrez e CR Almeida abandonou as obras do pátio e das estações, foi afastado e apenas nos últimos meses os dois lotes foram retomados.

 

As indefinições, contudo, permanecem: a conclusão das vias ainda precisa ser feita assim como a licitação da nova estação Morumbi. Mas não é só. A fabricante do monotrilho, a malaia Scomi até hoje não apresentou nenhuma prova de que os trens estão em construção. Ela contava com uma parceira brasileira, a carioca MPE, que saiu da sociedade. Para suprir essa lacuna, uma fábrica estaria sendo construída pela Scomi no interior de São Paulo – a empresa também revelou que assumiu a execução dos sistemas da linha.

 

Para fechar a sequência desastrosa, o governo congelou as duas fases restantes da linha, uma que ligará o monotrilho à Linha 1-Azul no Jabaquara, e outra que passará pela região do Morumbi, incluindo Paraisópolis indo até a avenida Francisco Morato, onde se conectará à Linha 4-Amarela. Os dois trechos passam por comunidades carentes, mas envolvem a contrapartida da prefeitura da cidade. Na gestão Haddad, no entanto, as obras previstas foram suspensas, algo que agora, com a posse do prefeito eleito João Doria, do mesmo partido do governador Alckmin, pode ocorrer.

 

A secretaria de Transportes Metropolitanos acredita que a linha entre em operação em 2018 de forma parcial, mas diante de tantas indefinições é uma estimativa pouco provável.

 

Linha 18-Bronze


Projeto: nova linha em monotrilho que ligará o ABC Paulista às linhas 10-Turquesa e 2-Verde na estação Tamanduateí.
 Status: não iniciada

 

Segunda PPP de metrô do estado, a Linha 18-Bronze está há mais de dois anos aguardando um empréstimo para o governo do estado executar as desapropriações do trecho. O valor deveria ter vindo originalmente de um repasse do PAC, mas o governo federal, endividado, só ficou na promessa. Sem essa verba, o governo do estado tentou obter autorização para um empréstimo no exterior, mas  foi proibido pelo Ministério da Fazenda por conta da situação fiscal. Agora, a gestão Alckmin aguarda a votação de uma mudança no cálculo da dívida dos estados para estar apto a contrair um novo empréstimo.

 

Fonte: Metro CPTM ; Foto: Internet.

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