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Publicação: 10/04/2019   Comentários: ()   Categoria: Últimas Notícias - Visitas: 1765
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Estação de trem sofre com falta de manutenção e investimentos em Mairinque

Uma estação de trem que já foi uma das mais importantes do país está sem manutenção, cuidados e com falta de investimentos, em Mairinque (SP). De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), 40% dos trilhos existentes no país não são usados. Mas tem gente que, mesmo diante de tudo isso, está lutando para manter viva a história.

 

O mato alto e os vagões parados tiram o brilho da estação ferroviária de Mairinque. O primeiro prédio em concreto armado do Brasil foi inaugurado em 1906 e até hoje é referência em arquitetura.

 

Um livro de registro mostra que por lá passaram muitos europeus vindos da Itália, Espanha, Portugal. Em 1935, o ex-presidente brasileiro Getúlio Vargas participou da primeira viagem até o litoral.

 

De lá partiam trens até Itu e Santos (SP), principalmente para o transporte de algodão. Viajar de trem era um passeio importante. O pessoal caprichava nas roupas, como mostram algumas fotos antigas.

 

As últimas viagens com passageiros foram feitas nos anos 90. Desde então, a estação, que era ponto de chegada e partida de muitos trabalhadores e moradores, está praticamente vazia. Pouca gente vai lá até mesmo para visitar o museu, motivo de orgulho para os ferroviários.

 

O espaço reúne várias fotos, uniformes e objetos que ajudam a contar a história da ferrovia na região. É em meio a essas peças que passa um filme na mente do ferroviário aposentado Francisco Antonio de Camargo. Por mais de 20 anos ele trabalhou lá. Hoje é presidente da Associação Mairinquense de Preservação Ferroviária e luta para manter vivo o passado tão importante para a fundação da cidade.

 

"Mairinque surgiu em função da rodovia. Então, nós temos que contar a história para os jovens, como surgiu a ferrovia e como surgiu a cidade de Mairinque. A gente tem uma paixão pela ferrovia, foi a vida toda da gente aqui dentro e a gente não vê uma expectativa de melhorar", lamenta.

 

Melhorar inclui resgatar os traços originais do prédio projetado por Victor Dubugras. Curvas no estilo art nouveau estão tomadas por mofo e infiltrações, e os vitrais estão quebrados.

 

Se debaixo os sinais do tempo e da falta de manutenção são visíveis, do alto dá para ter ideia do tamanho da área histórica, de onde a cidade se desenvolveu.

 

Um projeto de restauro já foi aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphan). Segundo a prefeitura, seriam necessários R$ 6 milhões para fazer todo o trabalho.

 

"Nós precisamos fazer um projeto, encaminhar para o Governo Federal, ver se a gente consegue uma emenda parlamentar ou até iniciativa privada, porque o valor não tem como a prefeitura arcar com esses valores, que são muito altos", explica o diretor de Cultura, Sandro Rolim.

 

Este é o único prédio do município tombado pelo Condephaat e pelo Iphan. A estação foi comprada pela prefeitura em 2004. Dois vagões pertencem à associação, que pretende restaurá-los. Em volta, a área é administrada por uma concessionária que faz pelo menos uma viagem por dia para o transporte de celulose de uma indústria de alumínio.

 

Enquanto a luz não aparece para iluminar o passado e fazê-lo viajar pelos trilhos da memória, Francisco e outros ferroviários vão continuar acompanhando tudo de perto.

 

"Isso vem do sangue, o meu pai foi ferroviário, meu avô, meus tios, ali que criei meus filhos e tudo, tive minha vida ali. Então, assim, fica no coração da gente, no sangue", completa Francisco.

O Iphan declarou que no fim do ano passado notificou a Prefeitura de Mairinque, dona da estação, sobre as más condições do prédio.

 

Em janeiro deste ano, a prefeitura respondeu ao Iphan que mantém um funcionário na estação e pretende usar o espaço com atividades culturais.

 

O Iphan também informou que o projeto de restauração da estação ferroviária de Mairinque está em andamento e que a prefeitura agora tem que arrumar dinheiro.

 

A Rumo, concessionária que usa parte dos trilhos, declarou que faz manutenção nos vagões que são da empresa e que estão parados na linha férrea.

 

Fonte: G1; Foto: internet.

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