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Publicação: 22/06/2021   Comentários: ()   Categoria: Últimas Notícias - Visitas: 5945
Notícia

Entenda como foi a primeira semana de obras na Linha 13-Jade

Como foi amplamente noticiado, a CPTM iniciou neste final de semana as intervenções de grande porte nas linhas 12-Safira e 13-Jade. Tais mudanças são tão impactantes que o serviço Expresso Aeroporto, um dos mais procurados da empresa, teve que ser suspenso para que os serviços sejam realizados. Durante quatro finais de semana o trecho entre a estação Tatuapé e Comendador Ermelino sofrerá restrições para que as obras possam ser realizadas dentro dos parâmetros de segurança.

Para entender plenamente o que está sendo realizado, o presidente da CPTM, Pedro Moro, divulgou em suas redes sociais uma série de imagens das obras que estão ocorrendo na junção entre as linhas 12 e 13. As obras são muito mais do que uma simples manutenção, trata-se uma completa remodelação que passa pela via permanente e vai até a rede aérea e sistemas de sinalização. O objetivo final das obras é aumentar a velocidade de transposição dos trens da Linha 13-Jade de 20 km/h para 50 km/h.

Antes mesmo das obras serem iniciadas é possível ver que as equipes que iriam realizar os serviços já haviam deixado os materiais separados em pontos estratégicos. Nas imagens que veremos a seguir temos a presença de uma secção de trilhos com dormentes de concretos já montados e um aparelho de mudança de via.

Nas próximas imagens veremos o procedimento que se denomina “demolição de via”. Esse é o termo técnico utilizado para a realização do desmonte da via permanente, que neste caso será substituída pela secção de trilhos novos e também do novo AMV. É possível ver o modelo do AMV antigo, que é largamente aplicado na ferrovia, assentado em dormentes de madeira. É realizado o corte dos trilhos para sua posterior remoção e por fim são retirados os dormentes de madeira, restando apenas penas a brita.

Na próxima sequência é possível ver que trabalhos para a contenção do solo na via estão em andamento. Os funcionários planejam o procedimento para a instalação do novo AMV realizando marcações no trecho e medições nos pontos de junção da via simples para as vias do aparelho de mudança de via. Essa união é feita através do processo de soldagem que, geralmente, é executado através do processo de solda aluminotérmica.

Além dos serviços na via permanente também está acontecendo a preparação para as mudanças na rede aérea. Uma pergunta que talvez possa surgir é: qual o motivo de realizar modificações em um sistema que não está diretamente ligado às vias? A razão é justamente o novo traçado do AMV.

A rede aérea precisa estar precisamente centralizada e ter sua geometria corrigida para que os pantógrafos, equipamentos que coletam energia para os trens, possam encostar na rede sem que haja o risco de perderem o contato, o que geralmente gera acidentes graves. Novas estruturas estão sendo instaladas para que a rede de elétrica esteja devidamente posicionada. A energia no trecho teve que ser desligada para que a operação ocorresse dentro dos parâmetros de segurança.

Voltando para o serviços na via. Feita a instalação de parte do AMV no local designado, máquinas realizaram a pré-socaria com o derramamento de lastro sobre o novo equipamento. Posteriormente, equipamentos de manutenção entram em ação para realizar a regulação do lastro e o nivelamento de via através da socaria mecanizada. Esses processos são importantes para que os trilhos estejam bem assentados e devidamente nivelados ao longo de toda a sua extensão.

A primeira imagem é curiosa e ao mesmo tempo esclarecedora, mostrando o núcleo do AMV, conhecido como jacaré. Ao se analisar o equipamento é possível ver que ele é diferente do equipamento que estava implantado até então. Esse modelo de AMV possui o jacaré móvel, ou seja, não somente as pontas do AMV como também a parte central do equipamento também se movimentam.

Apesar da presença de um equipamento extra, o que demanda mais atenção da manutenção, esse modelo de aparelho de mudança de via é mais efetivo por garantir a transposição dos trens de forma mais segura do que no aparelho convencional.

Na próxima etapa é feita a instalação das novas máquinas de chave. Esses equipamentos são fundamentais para que o AMV entre em funcionamento e possa realizar a transposição dos trens entre as vias. O dispositivo eletromecânico é ligado em um ponto específico da via onde é possível realizar a movimentação das agulhas, por meio do par de trilhos que são deslocados quando a mudança de via é solicitada.

Outro equipamento também é instalado próximo ao jacaré móvel. O equipamento é automatizado pelo centro de controle operacional através do sistema de sinalização. Nessa etapa, entretanto, o procedimento para ativação e teste do equipamento não foi realizado, sendo que seu comissionamento deverá ocorrer ao longo das próximas intervenções.

Na imagem final é possível ver que grande parte dos serviços foi executada, porém ainda há muito trabalho pela frente. Por sinal, a figura é muito boa para ilustrar as mudanças que estão sendo realizadas. Temos a presença de um AMV antigo na parte superior esquerda da foto enquanto na parte central temos o novo equipamento.

Uma das principais diferenças entre eles é justamente a “abertura” dos equipamentos. O AMV antigo é mais fechado e descreve uma curva com menor raio de curva, isso impacta diretamente na velocidade máxima que os trens podem realizar ao passar pelo equipamento. O AMV mais novo é mais aberto, ou seja, possui uma curva mais suave o que possibilita que os trens possam mudar de via com maior velocidade sem prescindir da segurança. O equipamento novo também é maior em extensão, justamente pela suavidade da curva.

Fonte: https://www.metrocptm.com.br/entenda-como-foi-a-primeira-semana-de-obras-na-linha-13-jade/

Tags: CPTM - Obras - Linha 13

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