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Publicação: 16/03/2016   Comentários: ()   Categoria: Últimas Notícias - Visitas: 5931
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Metrô de São Paulo deixa passageiro na fila e lucra com bilhete de papel

Enquanto os passageiros sofrem há mais de três meses com os problemas para recarga do Bilhete Único nos terminais de atendimento e com longas filas e falta de troco para comprar passagens nas bilheterias do Metrô de São Paulo, a companhia chega até a lucrar com a situação.
Dados obtidos pela Folha mostram que dezembro de 2015 teve, por ampla margem, a maior quantidade de bilhetes unitários de papel vendidos nos últimos dois anos.
Foi nesse mês que a Rede Ponto Certo, maior operadora de terminais de recarga do Bilhete Único, decidiu encerrar suas atividades nas estações –"empurrando" os usuários para as filas e para os bilhetes de papel, na contramão da tecnologia e do avanço do cartão eletrônico.
Desde então, há passageiros que gastam mais tempo na espera da bilheteriado que em seus deslocamentos. A pedagoga Fernanda Raluy, 23, já acumula três meses sem conseguir recarregar seu Bilhete Único. "Perdi várias aulas, chegava 30, 40 minutos atrasada, na média", conta ela, cansada das filas.
Em dezembro, quando a crise começou, foram vendidos 10,5 milhões de bilhetes de papel, gerando arrecadação de R$ 36,6 milhões. Trata-se de um aumento de 16,5% em relação ao mês anterior e de 12% ante dezembro de 2014, já desconsiderando a elevação da tarifa no período.
A tendência oposta à tecnologia do Bilhete Único se manteve em janeiro e fevereiro deste ano, quando os usuários passaram a enfrentar um agravante das filas: a falta de troco nas estações de metrô devido ao reajuste da tarifa de R$ 3,50 para R$ 3,80. No mês passado, por exemplo, também foram vendidos 15% mais bilhetes unitários que em fevereiro de 2015.
O aumento da venda desses bilhetes de papel nos últimos três meses vai na direção contrária à tendência de esvaziamento desse modo de pagamento –em 2014, por exemplo, a queda foi de 5%.
Se, por um lado, isso resulta em filas, de outro é a única modalidade em que os cofres do Metrô ficam com a tarifa cheia de R$ 3,80 paga pelos passageiros. Assim, mesmo que a quantidade de usuários continue igual, a maior utilização desse bilhete significa maior receita.
"No Bilhete Único, por exemplo, há várias categorias temporais em que a tarifa é mais baixa. Sempre se desconta a comissão das empresas que vendem os créditos [média de 2%]", afirma José Carlos do Nascimento, diretor de finanças do Metrô.
A companhia ligada ao governo Geraldo Alckmin (PSDB) diz que foi surpreendida pela rescisão do contrato pela Rede Ponto Certo e afirma que uma nova licitação será lançada para a retomada dos serviços.

Passageiros em fila na estação Palmeiras-Barra Funda para recarregar o Bilhete Único    
COMPANHIA DIZ QUE DOBRARÁ REDE
O Metrô diz ser "importante lembrar que a dificuldade enfrentada atualmente pelos passageiros para comprar e carregar o Bilhete Único foi causada pelo abandono dos pontos de venda por uma das empresas concessionárias".
Além disso, a companhia afirma que está dobrando a rede de atendimento para crédito do Bilhete Único. "Até o final de março será concluída a instalação de 46 máquinas para compra e recarga e de 67 terminais de consulta e recarga de saldo, totalizando 113 equipamentos", diz.
O Metrô afirma ainda que o consórcio responsável pelo Bilhete Metropolitano BOM está atualizando suas máquinas para comercializarem créditos do Bilhete Único.
FONTE: folha.uol.com.br

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