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Publicação: 28/03/2016   Comentários: ()   Categoria: Últimas Notícias - Visitas: 5949
Notícia

Nova rota diminui custo de transporte da soja produzida em MT

Logística sempre foi considerada um dos desafios para os produtores.
Grãos percorrem estradas e rio até chegar a portos da Amazônia.
Uma nova rota de escoamento da safra de grãos está surgindo no norte do país. Ela torna mais barato o custo de transporte da soja ou do milho com destino à exportação.
A colheita dos dois mil hectares de soja está na reta final na fazenda Santa Ernestina, em Sorriso. Enquanto os grãos enchem os caminhões, o agricultor Clayton Tessaro já pensa no transporte da safra. “O grande gargalo da região é a logística”, diz.
A logística sempre foi considerada um dos grandes desafios para os produtores de grãos em Mato Grosso. Entre os motivos está a grande distância com relação aos principais portos do país. O porto de Santos, em São Paulo, fica a mais de dois mil quilômetros do estado. Mas, nos últimos anos uma rota alternativa para o escoamento da produção tem surgido como esperança para os agricultores.
O estado do Pará tem no Rio Tapajós e no Amazonas a porta de saída para o oceano.
A viagem começa pela BR-163, rumo ao Norte. Até pouco tempo atrás, o único destino era o Porto de Santarém, a cerca de 1,4 mil quilômetros de Sorriso. Há dois anos, essa distância ficou um pouco menor porque uma nova estrutura começou a funcionar no Distrito de Miritituba, no município de Itaituba. O percurso por terra ficou quase 300 quilômetros mais curto.
A estrada vai rasgando a Floresta Amazônica e a soja do Mato Grosso se aproxima de uma encruzilhada. De um lado fica Santarém. Do outro está Miritituba. Hoje, esse entroncamento divide o caminho dos caminhões que chegam carregados com grãos. Antes, praticamente todos seguiam apenas na direção de Santarém. Agora, a maior parte do fluxo vai para outro lado.
Os motoristas usam a BR-230 para chegar a Miritituba. A subida de um dos trechos é bastante complicada, o que torna comum a ocorrência de acidentes.
“O caminhão perdeu força. Eu acionei os freios, mas não segurou. Devido ao desnível da pista e por ser estrada de chão o caminhão não segurou o freio e desceu”, diz o motorista Elias Correa.
Miritituba fica do lado direito do Rio Tapajós. A margem, antes verde, tem silos e outras estruturas metálicas. São as Estações de Transbordo de Cargas, que recebem soja dos caminhões e despejam nas barcaças. Como o rio não comporta navios, essas embarcações levam os grãos nesse trecho.
O escoamento da soja por Miritituba começou em 2014, quando aproximadamente 600 mil toneladas de grãos desceram as águas do Rio Tapajós rumo aos portos do Pará. De lá para cá aumentou muito o número de comboios com barcaças a navegar pelo rio. No ano passado, foram escoadas mais de 1,6 milhão de toneladas do grão.
As empresas que operam neste trecho não revelam a redução de custo no transporte pelo rio. De acordo com a apuração da reportagem, a economia é de cerca de R$ 10 por tonelada de soja. Por tanto, um comboio com 15 mil toneladas pode gerar uma economia de R$ 150 mil.
O porto de Miritituba está em plena expansão. Pelo menos três novas estações de transbordo estão sendo construídas. Os silos já foram erguidos em uma delas e o futuro terminal já toma forma.
O investimento de R$ 300 milhões vem de uma empresa de Mato Grosso, que enxergou as vantagens de apostar no escoamento pelo norte do país.
“Nós precisamos diminuir esta distância e esta dependência de caminhões. Fazer um trajeto mais curto. Quem estiver nesta região de Mato Grosso e não tiver inserido neste corredor logístico norte terá muita dificuldade em continuar na atividade”, diz Jaime Binsfeld, diretor da empresa.
A previsão é que em dez anos 31 milhões de toneladas de soja e milho colhidas em Mato Grosso sejam escoadas por Miritituba, o equivalente a 37% do que o estado deve estar produzindo nesta época.
A viagem das barcaças que vão até Santarém termina com o embarque da soja em navios. De Santarém o navio carregado começa a viagem descendo o Rio Tapajós até o encontro com as águas do Rio Amazonas, chegando ao Oceano Atlântico. O percurso dura em torno de três dias aproximadamente.
A economia que o uso da hidrovia proporciona ainda não é repassada para o agricultor. A vantagem até agora fica com as empresas que compram os grãos para a exportação.

 FONTE: http://g1.globo.com/

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